Laura C. R.
Colégio Catarinense, Florianópolis, SC
Parece que foi ontem o dia em que eu escrevi meu primeiro relato, mas hoje já estou escrevendo o último. É estranho pensar que, daqui a cerca de dois meses eu vou voltar para o Brasil. A viagem de volta está chegando, e traz consigo um aperto no coração. Nessa reta final, todos os sentimentos se misturam: alegria, tristeza, ansiedade... Estou muito feliz por em breve rever minha família e amigos, mas por outro lado sei que me despedir das pessoas que conheci aqui não vai ser nada fácil. As amizades que eu fiz, inclusive com outros intercambistas, me fizeram abrir os olhos para culturas além da minha e fizeram com que eu não me sentisse sozinha em um país novo. Espero, apesar da distância, não perder completamente o contato com eles quando eu voltar. Hoje, olho para trás e percebo o quanto eu mudei desde que cheguei aqui. Esse ano teve altos e baixos, e tenho orgulho de ter superado sozinha meus medos e os problemas que apareceram ao longo do tempo.
Eu nunca pensei que teria a chance de fazer intercâmbio, esse sempre foi um sonho muito distante para mim e, pra ser sincera, tudo o que aconteceu ainda parece um pouco surreal. Eu sei que meu alemão ainda não é perfeito (um dia, quem sabe) mas ao reencontrar alguém depois de algum tempo, sempre escuto “seu alemão melhorou muito desde a última vez que nos vimos!”, ou algo do tipo, e nada me deixa mais feliz! Nesses últimos meses, espero melhorar ainda mais e aproveitar ao máximo o tempo que ainda me resta por aqui com a minha família anfitriã e meus amigos. Eu tive a oportunidade de fazer diversas viagens e conheci não só a Alemanha, como também algumas cidades de países vizinhos. Todas essas memórias e experiências eu vou levar para a vida inteira, e só tenho a agradecer ao PASCH, ao Instituto Goethe e ao YFU pela oportunidade de morar por um ano aqui na Alemanha.
Andando sobre um lago congelado durante o inverno alemão
Viagem para Praga com o YFU
Gabriel O. S.
Colégio Santo Antônio, Belo Horizonte, MG
Agora que eu parei para escrever sobre os meus últimos meses foi quando eu realmente percebi o inevitável: está chegando ao fim. Com um sentimento de nostalgia, prematuro porém, começo a me atentar às tarefas inacabadas, aos desejos ainda não alcançados e aos objetivos futuros.
De uma forma ou de outra, soam cômicos (e confesso, um pouco tristes) os meus pensamentos sobre as preparações para a volta, a despedida de amigos e família e o fim de um grande sonho. Um sonho antigo, um sonho prazeroso, um sonho que, em seu alcance, meu deu literalmente uma nova vida, em um outro país, em uma outra cultura. Eu costumava dizer que eu iria renascer na Alemanha, e eu não podia estar mais certo.
Muita coisa aconteceu nos últimos meses. Entre elas, alguns problemas. Mas entre outras, grandes alegrias. Pequenas, mas necessárias viagens. Momentos que por mais simples que fossem, ficarão guardados na minha memória: visitas à parques, a novos restaurantes e cafés, um novo esporte, uma nova aula, cada novo aprendizado.
Uma das lições mais preciosas que eu aprendi morando em um novo continente foi que não importa a simplicidade dos acontecimentos, se estivermos cercados de pessoas especiais, eles ficarão marcados para sempre pelos risos, pequenas brincadeiras e surpresas.
Ainda restam dois meses, intensos 60 dias. Entre provas finais, viagens e encontros, o meu objetivo inicial mantém-se: criar o máximo possível de bons momentos e, por fim, levá-los para uma vida inteira. Essa oportunidade fornecida pelo Instituto Goethe juntamente com o YFU não me proporcionou "só" uma nova língua e bons momentos, mas também uma segunda vida, curta e intensa, que nunca será esquecida. Obrigado.
Viagem para Hamburgo
Vista do quarto em Werbelin, Brandemburgo